segunda-feira, dezembro 15, 2008
"Entrevista" com Gilmar Mendes Links
sábado, dezembro 13, 2008
Teste da foto: memória presente de algumas veredas
Já tentei lembrar o que diabos estavamos vendo nesse dia. Mas desisti. Acho até que Diogo já me lembrou uma vez, mas minha memória é por demais seletiva. Já apaguei da minha a recordação dele. Talvez alguém falando sobre marxismo, ou sobre a sociologia pós-estruturalista, ou sobre alguma bobagem dessa que se vê num auditório cheio de estudantes de graduação em ciências sociais. Mas nada disso importa, mesmo.
Na foto temos, dos que mais convivi, da direita para esquerda (a ordem é quase sempre importante): Dosta, Frávio, Cesar, Jampa e Diogo. Logo atrás, Cunegundes e mestre Giva... Acho que Simone está à esqueda, mais ao fundo, sempre de preto. E penso reconhecer Adriana ainda mais atrás , mas não tenho certeza alguma.
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Cada um com seu cada um, dizia um amigo da UR-6. Ele repetia essa frase em alguns tipos de situação. Um amigo te traiu, "cada um faz o seu. Cada um com seu cada um. Não é assim não?" Eu achava incrível aquela franqueza individualista. Era uma coisa tupiniquim, violenta. Não confie em ninguém. Seja auto-suficiente, assim você sobrevive melhor. Ainda hoje acho isso raro. Não sei bem a razão, mas essa frase me ficou e acho que individualismo é isso: "cada um com seu cada um" E depois, para piorar, tendo a pensar que essa maneira de ver sempre acompanha um certo naturalismo conservador "não é assim não?". O individualismo, para mim, é fruto do medo naturalizado do outro.
Hoje percebo que aquela maneira de falar de meu amigo da UR-6 era um código. Decifro-o agora: para o pior, que ocorre tão freqüentemente, é sempre bom estar preparado. Cada um com seu cada um é uma vacina que prepara o espirito para a virose chamada mundo. Uma vacina que parecia proteger contra a certeza de um futuro incerto, sem perspectivas onde quem vence é sempre um traidor. Lugar hobbesiano, onde em todos os momentos se vivencia a luta do bem contra o mal, onde uns são bons e outros são maus. Um universo sem muitas palavras "não é assim não é ?"
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A foto do post traz um mundo sobreposto a esse, espaço onde encontrei as palavras para falar sobre o silêncio que aquele outro sem foto evoca. Uma descrição do meu visual semi-punk, pós-nietzschiano, peseudo-filosófico, pode, com o esforço amigo do leitor, denunciar a tensão existente entre invisíveis co-existindo alí. Em mim, naquela cabeça raspada com uma mecha de cabelo correndo até a orelha esquerda, os dois mundos se degladiavam. E o look debochado, nem totalmente marginal nem perto de ser convencional, era uma maneira de expressar toda a violência daquele momento de aprendizado.
Quem sou eu (no blogue)
- Jampa
- Recife, Pernambuco, Brazil
- Aqui farei meu diario quase intimo. Mentirei quando preciso. Escreverei em português e, mal ou bem, seguirei com certa coerência as ocilações do espirito, carater e gosto. Desprovido de inteligência precisa, justa será apenas o nome da medida que busca o razoavel no dito. Esperançoso. Jovem gasto, figura preguiçosa e de melancolia tropical sem substância. Porém, como já exprimido em primeiro adjetivo, qualificado e classificado na etiqueta quixotesca. Com Dulceneas e figuras estranhas o "oxymore" pode ser visto como ode a uma máxima de realismo outro do de Cervantes: "bien écrire le médiocre", dizia Flaubert. Mediocres serão meus dizeres. Bem ditos, duvido. Por isso convenho: os grandes nomes citados não devem causar efeito de legitimação. E previno: o estilo do autor das linhas prometidas é tosco, complicado e chato. O importante é misturar minha miséria com outras. Assim o bem dito será o nome de uma vontade de partilhar uma condição e não o da sutileza formal. A bem dizer, aqui findo com minha introdução.