Sonho
Estou numa casa. O ambiente é kafkiano. Um medo, meu irmão Pedro está comigo. O que buscamos? Aparentemente sei da existência de animais lá e gostaria de mostra-los ao pequeno. Adamos por lugares estranhos e, ao fim de um corredor, vemos um vulto humano. Alguém de humanidade má, suponho. Peço a ele autorização para ver alguns cães, faço isso timidamente pois receio algo. Penso comigo mesmo:"ele deve imaginar que somos ladrões". O homem se aproxima e grita qualquer coisa. Não entendo, mas respondo assim mesmo dizendo a ele "não sou ladrão se fosse não traria meu irmãozinho, estamos aqui para ver animais". O sujeito nos olha um pouco e abre uma porta. Vemos uma grade e cães ferozes latindo violentamente. Lembro no sonho de já ter sonhado em mesma localidade. O elemento novo é Pedro. Só penso em poder salva-lo. Nesse momento percebo os cães mordendo raivosamente o braço do homem, o sangue dele escorria e se aproximava de nós. Estranhamente o sujeito não parecia sentir dor e nos olhava friamente. Como fizera sozinho em outro sonho, decidi correr e voltar ao aconchego do lar. Coloquei Pedro nas costas e corri. Havia varias portas. Para serem abertas cada uma tinha um segredo. Mas quais segredos? Acho que burlei-os, todos, um por por um. Cheguei ao jardim. Reconheci o lugar. Foi ali que vivi meu padecimento. As plantas se juntaram contra nós (mais uma vez)... Nossa batalha contra elas parecia uma luta para não esquecer porque haviamos chegado ali e a razão de não podermos sair.
Acordo com a lembrança. O olhar do homem com o braço mordido pelos cães é o que mais me apavora. Espero não mais sonhar dessa maneira...
quinta-feira, março 11, 2004
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Quem sou eu (no blogue)
- Jampa
- Recife, Pernambuco, Brazil
- Aqui farei meu diario quase intimo. Mentirei quando preciso. Escreverei em português e, mal ou bem, seguirei com certa coerência as ocilações do espirito, carater e gosto. Desprovido de inteligência precisa, justa será apenas o nome da medida que busca o razoavel no dito. Esperançoso. Jovem gasto, figura preguiçosa e de melancolia tropical sem substância. Porém, como já exprimido em primeiro adjetivo, qualificado e classificado na etiqueta quixotesca. Com Dulceneas e figuras estranhas o "oxymore" pode ser visto como ode a uma máxima de realismo outro do de Cervantes: "bien écrire le médiocre", dizia Flaubert. Mediocres serão meus dizeres. Bem ditos, duvido. Por isso convenho: os grandes nomes citados não devem causar efeito de legitimação. E previno: o estilo do autor das linhas prometidas é tosco, complicado e chato. O importante é misturar minha miséria com outras. Assim o bem dito será o nome de uma vontade de partilhar uma condição e não o da sutileza formal. A bem dizer, aqui findo com minha introdução.
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