Jornalismo político de qualidade
Não sou de ficar lendo jornais e verificando erros de português desse ou daquele jornalista, até porque sei que faço os meus com certa freqüência. Mas como deixar de registrar uma jóia rara como é este parágrafo sobre as divergências internas do PT:
"O deputado federal pernambucano Paulo Rubem Santiago e o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, o ex-presidente do BNDES, Carlos Lessa, e a equipe econômica do governo, a ex-secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Social, Ana Fonseca, e o ministro Patrus Ananias, o chefe da Casa Civil, ministro José Dirceu, e Palocci têm divergências."
(http://jc.uol.com.br/jornal/2004/11/28/not_117080.php) In: BRIGAS INTERNAS II - PT: moderados e radicais sempre em choque
Gostei do final: "e Pallocci têm divergências". Pois o "têm divergências" no plural dá à concordancia verbo-nominal o seu carater pleno: ele mostra que a pluraridade de nomes mal coordenados dificilmente desvenda o mistério de saber quem discorda de quem. Texto mistérioso. Acho que alguns filosofos desconstrucionistas encotrarão nele uma forma intrigante de dizer as coisas desdizendo: "no fundo ele revela o fato de não se poder entender os desentendimentos internos" dirão eles. Têm divergências é o mais importante final de parágrafo que li nesses ultimos dias.
Tá vendo, têm divergências gente!
Concordam?
domingo, novembro 28, 2004
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Quem sou eu (no blogue)
- Jampa
- Recife, Pernambuco, Brazil
- Aqui farei meu diario quase intimo. Mentirei quando preciso. Escreverei em português e, mal ou bem, seguirei com certa coerência as ocilações do espirito, carater e gosto. Desprovido de inteligência precisa, justa será apenas o nome da medida que busca o razoavel no dito. Esperançoso. Jovem gasto, figura preguiçosa e de melancolia tropical sem substância. Porém, como já exprimido em primeiro adjetivo, qualificado e classificado na etiqueta quixotesca. Com Dulceneas e figuras estranhas o "oxymore" pode ser visto como ode a uma máxima de realismo outro do de Cervantes: "bien écrire le médiocre", dizia Flaubert. Mediocres serão meus dizeres. Bem ditos, duvido. Por isso convenho: os grandes nomes citados não devem causar efeito de legitimação. E previno: o estilo do autor das linhas prometidas é tosco, complicado e chato. O importante é misturar minha miséria com outras. Assim o bem dito será o nome de uma vontade de partilhar uma condição e não o da sutileza formal. A bem dizer, aqui findo com minha introdução.
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