sábado, março 20, 2004

Bernardo contra a burguesia?


Dado já votou em Pantaleão. E com orgulho, disse ele. No fundo, o que houve foi um não-voto. Uma recusa: "votar em Humberto, nem a vaca tossindo e falando! O cara é um mau carater. Não voto em cabra safado não." Votou no "companheiro Panta" por pura vingança...

O primeiro paragrafo foi só para lembrar o como a extrema esquerda pode virar opção ética em momentos de crise no PT(risos, por favor!). Na verdade venho aqui falar de alguem que se considera inimigo número 1 do burguês sem ser do PSTU: Bernardo Jurema. E de maneira bem esquisita. Bem, o que venho dizer de fato não é sobre Bernardo, mas de algo causado por uma negação feita por ele, uma verdadeira confusão.

Foi assim


Tudo começou com um comentário de Rodrigo Wanderley (sem bricadeira, todos os cabeleireiros deviam ter o nome de Planeta, sem exceção!). Nele se lia uma crítica ao tratamento desigal dado pela F. de São Paulo em comparação a de um outro jornal em relação a crise no PT. Planeta pedia que antentassemos para a senguinte conclusão: "FOLHA de S.PAULO, um jornal a serviço da Burguesia."
Bernardo, burguês antiburguêsia que é, escreveu um texto indignado. Nele se lia uma crítica a forma pela qual se julgava a F. de São Paulo. Jurema dizia:"mas o que é que quer dizer ser burguês? Todo mundo é burguês. Jampa é burguês, o prefeito do Recife é burguês. Esse conceito de burguesia é datado." Até aqui, só descrição discreta.

Ponderação à esquerda de BJ

Mestre Diogo, sabido que é em marxismo e por conseguinte em burguesia, explicou em tom sabidamente marxista em que Bernardo se equivocava. Pois é verdade: negar a noção de burguesia é negar boa parte da sociologia (coisa grave!), negando assim a realidade dessa classe cujo a qual sem ela, não poderíamos falar do nosso querido sistema capitalista. Ora, o capitalismo existe e a classe que historicamente lhe deu sustentação foi a burguesia. Podemos falar sim de caráter bruguês de manutenção de privilégios, principalmente depois da Revolução Francesa(...)

Ponderação à direita de Diogo

Porém mesmo tendo sido acusado de tal doença por BJ, tendo a convir com ele nas entrelinhas. Muita vez o burguês sai do concreto de sua realidade de classe dententora e defensora de privilégios para adquerir, na boca de quem diz, uma força metafísica, transcendental. O contra buguês votee 16 é uma expressão que mostra a força redutora da palavra quando esta perde suas qualidades conceituais e entra no vulgo ordinário. Ao se expressar dessa forma, intuimos uma burguesia detentora do privilégio de encarnar o mal de uma sociedade de maneira abstrata e supranatural. Coisa que bons marxistas evitariam.

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Quem sou eu (no blogue)

Recife, Pernambuco, Brazil
Aqui farei meu diario quase intimo. Mentirei quando preciso. Escreverei em português e, mal ou bem, seguirei com certa coerência as ocilações do espirito, carater e gosto. Desprovido de inteligência precisa, justa será apenas o nome da medida que busca o razoavel no dito. Esperançoso. Jovem gasto, figura preguiçosa e de melancolia tropical sem substância. Porém, como já exprimido em primeiro adjetivo, qualificado e classificado na etiqueta quixotesca. Com Dulceneas e figuras estranhas o "oxymore" pode ser visto como ode a uma máxima de realismo outro do de Cervantes: "bien écrire le médiocre", dizia Flaubert. Mediocres serão meus dizeres. Bem ditos, duvido. Por isso convenho: os grandes nomes citados não devem causar efeito de legitimação. E previno: o estilo do autor das linhas prometidas é tosco, complicado e chato. O importante é misturar minha miséria com outras. Assim o bem dito será o nome de uma vontade de partilhar uma condição e não o da sutileza formal. A bem dizer, aqui findo com minha introdução.