terça-feira, maio 15, 2007

As palavras por si só falam?



ASSALTO E MORTE IIentrevista » Acrísio CoutinhoPublicado em 15.05.2007 (em http://jc.uol.com.br/jornal/2007/05/15/not_231638.php - Para assinantes).

“Eu queria matar os dois”

Revoltado com a forma banal como a esposa foi assassinada, o executivo Acrísio Coutinho quis entrar na viatura da PM para pegar os dois adolescentes, mas foi contido por parentes. “Queria matar os dois.”
JC – Como o senhor ficou sabendo o que aconteceu com sua esposa?
CRÍSIO COUTINHO – Eu estava em casa. Mas nem em casa a gente consegue se sentir protegido, agora. Há menos de três meses assaltaram e mataram um aposentado na nossa rua. Mesmo assim, nada acontece. Para mim, os culpados por isso tudo são essas pessoas que defendem os direitos humanos. Por causa delas é que ninguém pode fazer nada com esses garotos que matam para roubar. Eu mesmo queria matar os dois, mas não deixaram. Ninguém pode encostar a mão num menino desses. Essa situação só vai mudar quando tragédias desse tipo começarem a acontecer na família desse pessoal.
JC – O que o senhor pretende fazer?
ACRÍSIO – Não faço idéia de como vai ser a minha vida daqui para a frente. Passamos o fim de semana em Gravatá. Comemoramos o Dia das Mães. Chegamos aqui às 7h e ela foi fazer uma feira rápida. De repente, aconteceu isso. Só quem está passando é quem sabe o tamanho da dor.
Opinião de Jampa? Respeito a dor. Mas a lógica do Jornal(na entrevista com o rapaz a "frieza" dele é ressaltada porque voltou para dormir depois de ter atirado numa pessoa), a reação do marido( "eu queria matar os dois, mas não deixaram"), e como tudo é tratado... (com o expanto da naturalidade em vários sentidos: a do adolescente sendo o mal a ser eliminado, a naturalidade com a qual o menino parece falar das sua própria brutalidade, a naturalidade com a qual a reação de querer matar o assassino de sua mulher aparece como um esforço de "fazer justiça com as próprias mãos"), tudo isso corrói demais a alma. Olho por olho, e o mundo acabará cego, dizia o pacifista. Ao que me parece... nossos olhos (espelhos de que alma meu Deus!) já não servem mais pra muita coisa não.

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Quem sou eu (no blogue)

Recife, Pernambuco, Brazil
Aqui farei meu diario quase intimo. Mentirei quando preciso. Escreverei em português e, mal ou bem, seguirei com certa coerência as ocilações do espirito, carater e gosto. Desprovido de inteligência precisa, justa será apenas o nome da medida que busca o razoavel no dito. Esperançoso. Jovem gasto, figura preguiçosa e de melancolia tropical sem substância. Porém, como já exprimido em primeiro adjetivo, qualificado e classificado na etiqueta quixotesca. Com Dulceneas e figuras estranhas o "oxymore" pode ser visto como ode a uma máxima de realismo outro do de Cervantes: "bien écrire le médiocre", dizia Flaubert. Mediocres serão meus dizeres. Bem ditos, duvido. Por isso convenho: os grandes nomes citados não devem causar efeito de legitimação. E previno: o estilo do autor das linhas prometidas é tosco, complicado e chato. O importante é misturar minha miséria com outras. Assim o bem dito será o nome de uma vontade de partilhar uma condição e não o da sutileza formal. A bem dizer, aqui findo com minha introdução.