quarta-feira, agosto 20, 2008

Digressão sobre minhas atitudes blogueiras: em dois pontos

Momento 1: considerações sobre a ferramenta estatística


Instalei sem muita reflexão um programa de monitoramento estatístico no meu blogue (o modelo que instalei vocês podem encontrar aqui). Encontrei o site visitando um blogueiro amigo e quis fazer um teste, para ter uma idéia mais concreta de quantas pessoas visitavam meu modesto universo de interação.


Estou usando o Free Trial de trinta dias e estou em dúvida se devo ou não renovar por algumas razões. Devo reconher, na verdade, que a principal delas é que lido mal com a situação de poder “visualizar” as localidades das pessoas que acessam meu blogue. Mais. Ter acesso ao “referer” que é o link que levou o internauta ao meu espaço, apesar de me parecer algo importante e construtivo, entre outra coisas, para uma avaliação dos tipos de leitores que você tem (numa construção positiva em oposição aos que você imaginava ter), traz-me algumas questões e hesitações a respeito da privacidade dos internautas. E, last but not least, o serviço é pago.


Primeira atitude depois do desconforto, é avisar aos meus caros leitores que essa ferramenta monitora meu blogue já faz uma semana. Ela é um centro de gráficos e reagrupamento de dados estatísticos relativamente relevantes em relação ao site. Vê-se frqüência de acesso por dia, semana, mês, hora, e tudo isso em função de algumas variáveis simples, como recorrencia ou não do visitante, ou pelo tipo de acesso (se direto ou via google, por exemplo). Ela traz também informações como IP, a localidade de acesso, o tipo de Browser (se Firefox, Internet Explorer, etc.), o tipo de sistema (se XP, Vista, alternativo).


Exemplo de Estranhamento


Não deixa de ser estranho, engraçado e ao mesmo tempo doido e interessante ver que pessoas entraram no seu blogue procurando no google a partir das seguintes palavras-chave: “cabeça da pica molhada com cuspe”, “Bundas muito grandes e paus enormes”, “priquito de ninfeta”. Quase nada contra sites pornográficos, mas eu me vi na situação de querer que essas pessoas tivessem se decepcionado com o que leram (e possívelmente não leram) nos meus textos.

Acho que é porque apesar de terem um teor inventado, são textos que poderiam ser bem lidos como crônicas tiradas de minha memória de garoto vivido em suburbio recifense. Não são contos eróticos. Falam de uma depravação real, de maneiras de encarar a sexualidade que conheci e convivi de perto. A pedagogia da punheta, texto que a busca pela “cabeça de pica molhada com cuspe” dava acesso no google, não buscava ser uma apologia da reificação do sexo (como suponho ser a da busca pura e simples por um conhecimento tecnico da masturbação, de uma visualização que excite os sentidos ou coisas dessa natureza), mas uma reelaboração, que não diria literária por conta de minhas limitações tecnicas em literatura, porém uma reelaboração sim, através da escrita, de uma modalidade de percepção da sexualidade vivida por muitos adolescentes nos suburbios recifensesÉ inclusive um texto que escrevi quando morava na França e tentava repensar minha experiência e minha relação de distância e proximidade com todo aquele ambiente da periferia. Texto sem acentos (por conta do teclado estrangeiro), sem cuidados maiores. Apesar disso, não creio que seja pornográfico.


Momento 2: mudanças no blogue


Como vocês já devem ter notado o blogue tá de cara nova. Acho que mais bonitinho, mesmo que eu não tenha conseguido guardar como gostaria os comentários de cada post passado. Aceitei o convite de ser blogue parceiro do Amálgma, que é onde meu saudoso exilado Cesar, do lento mais boníssimo Don Quijote, escreve agora coisas sobre Cinema. Por isso está colocado em canto muito visível do meu layout o script do site pareceiro, do qual faço propaganda, segundo o acordo tácito feito entre mim e o Daniel, editor do referido site de blogagem coletiva e agora parceiro na blogueatividade. Normalmente meu “retorno” vão ser mais leitores para as torturantes linhas que escrevo com o cuidado de um elefante catando piolho num porco espinho.

Quando estiver com mais tempo vou organizar melhor os links e os blogues que visito. Mas já coloquei, como podem perceber, uma lista que atualiza em tempo real as postagem mais recentes dos blogues por mim visitados, o que facilita bastante a busca por coisas novas na blogosfera.

Estou devendo um comentário sobre o anexo do A Dominação Masculina, de Bourdieu, que prentendo fazer em breve.

Acho que por hoje é isso.

5 comentários:

Anônimo disse...

opa, é nós mermão. aguarde só setembro chegar e começarei a lançar os links, inclusive pra cá.

grande abraço e vida longa à parceria.

Jampa disse...

tamos aí. Abraços. Vida longa! Tout cours!

Anônimo disse...

Maneiro o novo visual do blog...o que acho interessante nesta perspectiva de monitoramento...é pensar no quanto isso deve ser utilizado em sites de relacionamentos tipo orkut...fico pensando que por trás de um simples site que busca dar as pessoas um modo de se relacionarem algo muito mais pretensioso no sentido de buscar informações sobre determinada população, preferencias etc... creio que deva haver um alto escalão do governo americano monitorando esses dados...

E ai ja descobriu algo sobre este comentarista??? rsos...

Anônimo disse...

Nada, nada. Como não renovei a assinatura, o negócio parou de funcionar no momento em que ia descobrir você Hammer...(rs). Acho que vou me contentar com seus comentários por aqui, talvez assim tenha mais chances de te conhecer de fato. Abração.

Sue disse...

O Amálgama me trouxe aqui. Que louco isso hein!

O que apareceu aí no seu BBB?

Muito interessante o post.

Sue

Quem sou eu (no blogue)

Recife, Pernambuco, Brazil
Aqui farei meu diario quase intimo. Mentirei quando preciso. Escreverei em português e, mal ou bem, seguirei com certa coerência as ocilações do espirito, carater e gosto. Desprovido de inteligência precisa, justa será apenas o nome da medida que busca o razoavel no dito. Esperançoso. Jovem gasto, figura preguiçosa e de melancolia tropical sem substância. Porém, como já exprimido em primeiro adjetivo, qualificado e classificado na etiqueta quixotesca. Com Dulceneas e figuras estranhas o "oxymore" pode ser visto como ode a uma máxima de realismo outro do de Cervantes: "bien écrire le médiocre", dizia Flaubert. Mediocres serão meus dizeres. Bem ditos, duvido. Por isso convenho: os grandes nomes citados não devem causar efeito de legitimação. E previno: o estilo do autor das linhas prometidas é tosco, complicado e chato. O importante é misturar minha miséria com outras. Assim o bem dito será o nome de uma vontade de partilhar uma condição e não o da sutileza formal. A bem dizer, aqui findo com minha introdução.