Enquanto o mundo continua a girar em seu ritmo frenético ca estou eu, na França, sem pressa pra nada.
Leio lentamente e desatento meus blogues preferidos, meus portais, meus e-mails. Penso na tese, na familia, na modernidade (à) brasileira ( mais à brasileira que modernidade), no meu pé torcido, no livro do Julio Ramos sobre uma tal “vontade de autonomia” presente em tantos escritores latino-americanos, nas eleições para prefeito...
Lento. Penso nessas coisas sem refletir, elas aparecem sem conexão, apartadas pela preguiça perene.
Ligo a TV. Sarkozi paira onipresente. Deus francês casado com musa italiana recebe Papa. Bentinho veio à França discutir o que ele chama de “laicidade tolerante” ou algo dessa natureza. Quanto sarcasmo. No meu modo relutante de ver programas de televisão pensei: Sarko merecia ser questionado pela pompa com a qual recebe o Papa, pois ele nem sequer recebeu pessoalmente o Dalaï Lama, lider politico do Tibete. Hum... lembro de lembrança televisual sem link que vira algum comentarista dizer à época que o presidente da Republica Francesa não fora porque politica não deve se confundir com religião... Lembrando ainda sem link, Sarko foi à China para abertura dos Jogos Olimpicos de Beijin Beijin Tchau Tchau porque não se deve confundir Esporte e Politica. Infelizmente teve que se deslocar de maneira antecipada porque imprevistos sempre acontecem na vida de quem esta frenteando a União Européia, e bombas russas nunca se sabe onde podem cair (a candida candidata a vice de Mcain deu declações intrigantes sobre isso em entrevista televisiva... Guerra contra Russia; huhum que legal! Que saudade da Guerra Fria!) Fiquei com tanta pena de Sarko que pergunto: por que sera que ninguém diz que não podemos confundir questões de guerra com politica? Afinal a autonomia das esferas tem que ser respeitada! E que fique claro, quando o papa diz que a religião é imprescindivel para o desenvolvimento moral dos seres humanos(que é algo individual, da esfera intima de casa pessoa humana), ele não esta pontificando a obvieidade de que sem religião (sem a catotilica inclusive) estariamos todos fadados a não discernir mais o bem do mal... Apesar de não conseguir inferir outra coisa da palavra “imprescindivel” que a sua implicação univesalisante com a “necessidade”, não creio que ele queira ensinar missa ao... ops... laicismo ao francês. Ele deve estar querendo apenas fazer religião e não politica, falar aos seus e não a todos... A logica do escuta quem quer, é politica?
Desligo a TV.
Deslento. Desalento. Eu faço prosa como quem chora. Saia do Oxymore se não tens motivo algum de pranto. O meu pé dolorido. Uma saudade corroida do Recife mantem o blogue à vista.
Não digo adeus, digo até logo.
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