sábado, junho 27, 2009

Passado

"Jampa,

Existem livros que não podem ser lidos de uma só vez nem de uma vez só

Este é um deles. Por isso eu lembrei de te dar para que você possa saboreá-lo da melhor forma possível.

01 de Setembro de 1995. "

Alguém andava feliz com meu aniversário. Ele se deu o trabalho de comprar o " Morte e Vida Severina e Outros Poemas Para Vozes" e dar um João inteligente para um outro, menos sabido tanto em prosa quanto em verso. Os anos passaram, eu passarinho, continuo um João-Sem-Verso-Nem-Prosa. Fiéis heróricos leitores.Fiéis. Heróicos. Leitores.

Feliz do homem e da mulher que consegue se repensar ao tentar pensar o mundo. Talvez a grande descorberta de Freud não tenha sido o inconsciênte alheio, mas o dele mesmo. É verdade, estamos presos a nós mesmos. 24 horas por dia. Que horror! Sendo assim, nada mais lógico do que aplicarmo-nos em si aquele método que acreditamos ser bom para explicar o outro. Afinal, o conhece a ti mesmo parece ser um elemento condicional da sanidade mental de qualquer saber pós-freudiano. Alguns em plena conscência de si não se sentem asquerosos, ainda. Outros percebem no asco a definição mesma de qualquer eu realmente profundo, só assim identificado. Eu divago e evito o sordidez imperiosa que é aceitar quem sou do jeito que sou. Tento tolerar o fato de estar "resistindo" ao meu objeto de estudo, também por ele dizer quem eu sou. Sentido-me fraco, falta-me a força-sevirina: como é escassa em mim a secura pedagógica da pedra do outro João. Tem João para tudo nessa vida. O meu pede socorro. E com ele o blogue, que definha, como sempre.

De 1995 para cá tanta coisa se passou. Amores. Universidades. Países. Perdido no mundo querendo se encontrar. Encontrando no mundo lugar para ficar perdido. Querendo no mundo encontrar lugar perdido.

Tudo piegas. Brega. Como eu...

2 comentários:

Bernardo Jurema disse...

e como eu tb.

putz, me identifiquei totalmente com esse teu post...

que saudades.
pena não ter conseguido te encontrar. já tás de volta a recife?

Jampa disse...

Tou sim BJ. E com saudades também. E ainda nem consegui ler tuas novidades. Abraço forte meu velho.

Quem sou eu (no blogue)

Recife, Pernambuco, Brazil
Aqui farei meu diario quase intimo. Mentirei quando preciso. Escreverei em português e, mal ou bem, seguirei com certa coerência as ocilações do espirito, carater e gosto. Desprovido de inteligência precisa, justa será apenas o nome da medida que busca o razoavel no dito. Esperançoso. Jovem gasto, figura preguiçosa e de melancolia tropical sem substância. Porém, como já exprimido em primeiro adjetivo, qualificado e classificado na etiqueta quixotesca. Com Dulceneas e figuras estranhas o "oxymore" pode ser visto como ode a uma máxima de realismo outro do de Cervantes: "bien écrire le médiocre", dizia Flaubert. Mediocres serão meus dizeres. Bem ditos, duvido. Por isso convenho: os grandes nomes citados não devem causar efeito de legitimação. E previno: o estilo do autor das linhas prometidas é tosco, complicado e chato. O importante é misturar minha miséria com outras. Assim o bem dito será o nome de uma vontade de partilhar uma condição e não o da sutileza formal. A bem dizer, aqui findo com minha introdução.