quinta-feira, março 11, 2004

Sonho

Estou numa casa. O ambiente é kafkiano. Um medo, meu irmão Pedro está comigo. O que buscamos? Aparentemente sei da existência de animais lá e gostaria de mostra-los ao pequeno. Adamos por lugares estranhos e, ao fim de um corredor, vemos um vulto humano. Alguém de humanidade má, suponho. Peço a ele autorização para ver alguns cães, faço isso timidamente pois receio algo. Penso comigo mesmo:"ele deve imaginar que somos ladrões". O homem se aproxima e grita qualquer coisa. Não entendo, mas respondo assim mesmo dizendo a ele "não sou ladrão se fosse não traria meu irmãozinho, estamos aqui para ver animais". O sujeito nos olha um pouco e abre uma porta. Vemos uma grade e cães ferozes latindo violentamente. Lembro no sonho de já ter sonhado em mesma localidade. O elemento novo é Pedro. Só penso em poder salva-lo. Nesse momento percebo os cães mordendo raivosamente o braço do homem, o sangue dele escorria e se aproximava de nós. Estranhamente o sujeito não parecia sentir dor e nos olhava friamente. Como fizera sozinho em outro sonho, decidi correr e voltar ao aconchego do lar. Coloquei Pedro nas costas e corri. Havia varias portas. Para serem abertas cada uma tinha um segredo. Mas quais segredos? Acho que burlei-os, todos, um por por um. Cheguei ao jardim. Reconheci o lugar. Foi ali que vivi meu padecimento. As plantas se juntaram contra nós (mais uma vez)... Nossa batalha contra elas parecia uma luta para não esquecer porque haviamos chegado ali e a razão de não podermos sair.
Acordo com a lembrança. O olhar do homem com o braço mordido pelos cães é o que mais me apavora. Espero não mais sonhar dessa maneira...

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Quem sou eu (no blogue)

Recife, Pernambuco, Brazil
Aqui farei meu diario quase intimo. Mentirei quando preciso. Escreverei em português e, mal ou bem, seguirei com certa coerência as ocilações do espirito, carater e gosto. Desprovido de inteligência precisa, justa será apenas o nome da medida que busca o razoavel no dito. Esperançoso. Jovem gasto, figura preguiçosa e de melancolia tropical sem substância. Porém, como já exprimido em primeiro adjetivo, qualificado e classificado na etiqueta quixotesca. Com Dulceneas e figuras estranhas o "oxymore" pode ser visto como ode a uma máxima de realismo outro do de Cervantes: "bien écrire le médiocre", dizia Flaubert. Mediocres serão meus dizeres. Bem ditos, duvido. Por isso convenho: os grandes nomes citados não devem causar efeito de legitimação. E previno: o estilo do autor das linhas prometidas é tosco, complicado e chato. O importante é misturar minha miséria com outras. Assim o bem dito será o nome de uma vontade de partilhar uma condição e não o da sutileza formal. A bem dizer, aqui findo com minha introdução.