quarta-feira, junho 16, 2004

Auto-defesa do estilo(para Calós)


Agora com tempo, por que não agitar o blogue com polêmicas mais pessoais? Não são elas também universais? Julia responderia afirmativmente e,concordando com ela, vou divagar sobre as críticas de Carlós. Discordando dele vou discorrer em homenagem ao Apollinaire do Onze mil varas , uma delícia de livro.

Como defender-me do LSD (verboragia-essencialmente-irrelevante)? Comparando o texto ao sexo. Claro, fazendo isso não salvo meus escritos dos defeitos contidos neles. Mas escrita enxuta não é sinônimo de boa literatura(Seria isso paradoxo? Vindo de mim que adoro Cabral, Graciliano?). Seria bom lembrar de fodas para estabelecer essa relação. Ir direto ao assunto é, muita vez, como ejaculação precoce:faz-se tudo antes do tempo, não se aproveita nada, tudo vira perda. Uma boa imagem é a do adolescente virgem na hora de comer a Luana Piovanni. Precipita-se e, sem a tocar, esporra...(Merda!)

Uma boa literatura é, ao contrário, como o bom sexo: violenta ou terna, triste ou feliz, ela não se desfaz dela mesma com precocidade, ela degusta-se. Se trata de cú ou de buceta, não o faz sem lubrificar boa parte dos musculos,sem ao menos cuspir sobre a superficie ardida do estilo. Mesmo se pedófila ou necrófila, a escrita violenta os sentidos pela união sangrenta entre a pica Tutiana e o feofó angelical(qualquer um) arti(cu)lados em estilistica medonha. MAs para garantir o bom texto é preciso bem construir esse efeito de contraste entre bilola gigante e cuzinho. Para isso toda figura de estilo é pouca. Elipses e metaforas, oximores e hiperboles, tudo pode garantir a lentidão necessária ao desejo de não morrer em si mesmo antes da hora...

Então entenda-se assim meu "slowmotion" sentimental: ele revela-se dessa "consciencia/medo" da ejaculação precoce do texto que não desfruta de si mesmo e executa-se mecanicamente em extase não vivido concretamente. Na minha opinião mesmo recado de geladeira deveria adotar uma disposição estilistica, virar meta-recado. Porém o mais importante sem dúvidas é que no final das contas, como toda lentidão, a lombra sempre baixe e que a paz seja garantida com orgasmos massacrados pelo cansaço da foda.

Para concluir, digo logo que não creio que meus textos tenham qualidade de boa literatura.Considero-me um péssimo fodedor de textos.Fodo todos eles! Mas não creio que seja por causa da verborragia. Eh mais pela falta de trato com a língua mesmo. Falar em língua...
FIM.

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Quem sou eu (no blogue)

Recife, Pernambuco, Brazil
Aqui farei meu diario quase intimo. Mentirei quando preciso. Escreverei em português e, mal ou bem, seguirei com certa coerência as ocilações do espirito, carater e gosto. Desprovido de inteligência precisa, justa será apenas o nome da medida que busca o razoavel no dito. Esperançoso. Jovem gasto, figura preguiçosa e de melancolia tropical sem substância. Porém, como já exprimido em primeiro adjetivo, qualificado e classificado na etiqueta quixotesca. Com Dulceneas e figuras estranhas o "oxymore" pode ser visto como ode a uma máxima de realismo outro do de Cervantes: "bien écrire le médiocre", dizia Flaubert. Mediocres serão meus dizeres. Bem ditos, duvido. Por isso convenho: os grandes nomes citados não devem causar efeito de legitimação. E previno: o estilo do autor das linhas prometidas é tosco, complicado e chato. O importante é misturar minha miséria com outras. Assim o bem dito será o nome de uma vontade de partilhar uma condição e não o da sutileza formal. A bem dizer, aqui findo com minha introdução.